Tuesday, January 26, 2010

Pela banalização da buceta, já!

- BUCETA! – Eu grito ao derrubar uma garrafa de cerveja no tapete novo.



Silêncio.



Na minha casa estavam o Al, o Sam, o Gabriel e o meu marido, o Mike. Os quatro me olhavam como se eu tivesse tido um aborto ali, naquela hora, na frente deles.



Mais silêncio.



- Credo! O que foi? – pergunto eu.

- Você falou “buceta”... – o Mike fala em tom baixo.

- É. Buceta. E daí?

- A “buceta” é reservada para momentos de putidão extrema, Sbaile. – Gabriel.

- Não, não é.

- É sim, Sbaile. – Al.



Vocês vejam a minha situação: estou eu, cercada por quatro marmanjos chocados ao ouvirem “buceta”. Eu já havia descoberto, há alguns anos atrás, o poder da buceta; mas com o tempo fui banalizando-o sem perceber.



O caralho, o cacete, a porra, o filho da puta (e a puta que o pariu), o viado e a merda podem ser usados na maioria das situações casuais. A puta até se junta com a merda e vira “puta merda”. O caralho faz um retorno e se transforma em caralho a quatro. O cacete ganhou tanta moral que agora é sinônimo de coisa boa... se é do cacete, é foda (Ha, ia quase me esquecendo da foda). Agora, a porra da merda do caralho da coitada da buceta nunca teve uma chance!



A buceta é o tabu entre os palavrões. Só é aceita em ocasiões especiais. Por quê? Eu vos pergunto. Por quê?



A resposta é indeterminada. Só o que sei é que a exclusão da buceta do clube dos palavrões não pertence só a língua portuguesa. Não, não senhor! Em inglês, “buceta”, conhecida como a poderosa “cunt”, tem a mesma capacidade de chocar.



Seria isto machismo?



Eu penso que a buceta, meus caros, é uma coisa fantástica: um buraco escuro e úmido, habitado por milhares de fungos e bactérias. A buceta sangra por uma semana sem parar todo mês e, ainda sim, a mulher não morre! Vejam que incrível! Mas, mais que tudo, todos nós viemos de uma buceta (a não ser aqueles que foram atendidos por um médico preguiçoso que resolveu fazer cesariana).



E quantos relacionamentos já não foram destruídos por uma buceta qualquer que nem valia tudo isso? Quantos divórcios se devem a falta ou ao uso excessivo de bucetas aleatórias?



A buceta foi um dos pontos cruciais dos estudos de Freud, da derrota política de Bill Clinton e da prisão de Roman Polanski! Estamos falando de bucetas que fizeram história e vocês reparem que os três citados acima são homens!



Não que eu queira tirar os créditos do caralho, do cacete, do viado e da porra (não da puta ou da foda, pois estas precisam da buceta pra existir); mas é que eu não concordo com as regras sociais que levam à limitação da buceta como forma de expressão ao emputecimento casual. É simplesmente ridículo!



Por isso, leitores do primeiro e do terceiro mundo, eu sou pró banalização da buceta já!



Claro que dei este mesmo discurso aos machos que me cercavam naquele momento, pasmos diante de uma buceta tão crua, vinda do nada, enlouquecida por uma cerveja derrubada no tapete.



Os meninos olharam pra mim e continuaram em silêncio. Sem entender. Foi então que eu aprendi a lição do dia: não há cacete, caralho, porra, viado ou filho da puta que entenda a “buceta”!



Mas eu estou aqui para vos dizer: a buceta não é algo que se entende, mas que se expressa. Portanto, bucetas do meu network, expressai-vos já!



PS – Minhas sinceras desculpas ao cú e seus admiradores. Entendo que o cú é uma palavra importante, mas não crucial, no repertório de palavrões da língua portuguesa. Infelizmente, ao escrever este texto, só consegui relacionar o cú à merda e ao viado - o que achei um pouco forte e, possivelmente, preconceituoso demais (para o entendimento de alguns) para um e-mail entre amigos.

1 comment:

Gisele said...

Rs! Buceta para os estarrecidos homens!

Faço apenas duas observações:

Não culpe os obstetras totalmente. Na maioria das vezes é preguiça, outras pode ocorrer casos como o meu: Caio Graco, meu filho estava encaixadinho para sair pela BUCETA, mas ele ficou preso com três voltas de cordão umbilical em seu pescoço. Aí... só restou-nos a tal da cesária.

A segunda coisa é que as ´crentes´ adoram dar o Cú para dizerem: Somos virgens!Além de outras possibilidades prazeirosas constatadas.

beijosss e salve a BUCETA!

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